sábado, 21 de abril de 2012

Um grande filme

Acabei de ver um filme maravilhoso, Histórias Cruzadas.


"Ao espectador que for assistir a “Histórias cruzadas”, filme de Tate Taylor que estreia amanhã no Rio, um conselho: pondere sobre sua percepção acerca de qual grupo racial é o protagonista da trama. Não são muitas opções, são apenas duas, mas cada uma delas é responsável por um ponto de vista completamente diferente sobre o tema do filme. “Histórias cruzadas” trata de racismo. As alternativas do protagonismo, portanto, são óbvias. Mas sua escolha, nem tanto. 

Baseado no livro “A resposta”, de Kathryn Stockett (lançado no Brasil pela editora Bertrand), “Histórias cruzadas” se passa no início dos anos 1960, numa cidade do sul dos EUA, época de conflitos raciais — foi em 1963 que Martin Luther King, por exemplo, proferiu o famoso discurso do “Eu tenho um sonho”. As patroas brancas são um grupo de patricinhas (sim, existiam patricinhas nos anos 1960) que, em sua maioria, trata as empregadas negras como se a escravidão não tivesse acabado. Há duas exceções: a aspirante a escritora Eugenia (Emma Stone, um atriz esforçada mas que acaba ofuscada pelo resto do elenco) e a maluquete emergente Celia (Jessica Chastain, numa atuação brilhante, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de coadjuvante). São as duas que buscam o equilíbrio entre os dois grupos. 

Já as domésticas negras são lideradas por Aibileen (Viola Davis, indicada e uma das favoritas ao Oscar com todo merecimento) e Minny (Octavia Spencer, também indicada ao Oscar, como coadjuvante, e também favorita com justiça), duas mulheres pobres que acabam concordando em contar suas histórias para um livro que Eugenia está escrevendo. 


“Histórias cruzadas” permite que o espectador pondere, questione e se emocione, tudo no mesmo pacote. 

E isso vale para qualquer ponto de vista que o espectador siga. A consciência da opção escolhida serve somente para nos dar um pouquinho de autoconhecimento, outro dos méritos de “Histórias cruzadas”, ele próprio indicado ao Oscar de melhor filme." (André Miranda, Jornal O Globo, 01/02/2012)´






O filme é todo maravilhoso, mas uma coisa me pegou! Uma pequena fala que é repetida várias vezes.
A empregada negra que cuida de uma criança branca, de quem a mãe não tem tempo nem gosto para cuidar, ensina, repetidamente, à menininha, um "mantra", verdadeiro tesouro que irá garantir, no futuro, à criança desprovida do afeto materno, uma auto-estima saudável , segurança na sua capacidade e equilíbrio emocional.


Eis a fala: "Você é bonita.
            Você é inteligente.
            Você é importante."


Penso, como mãe e avó, que não há maior, nem melhor, legado, que possamos deixar aos nossos filhos e netos, do que a consciência de sua capacidade e importância.




Beijos e um lindo final de semana! 

6 comentários:

  1. Myrian, eu gostei muito do comentário que fizeste a respeito do filme com relação a auto- estima. É exatamente isto, palavras afirmativas elevam a auto-estima, enquanto palavras desqualificadoras derrubam a pessoa. Os pais possuem uma influência estruturante na vida de seus filhos, mas no dia-a-dia também podemos ser pessoas que estimulam umas as outras.

    Uma pergunta pode ser feita para quem quiser refletir sobre o assunto, você é uma pessoa que faz poços, elogiando e valorizando o lado bom das pessoas, e por isso permite que a vida flua, e haja sempre água, ou você é um entulhador de poços, com suas críticas e palavras negativas, contribuindo para que o poço seque?

    Ainda não vi o filme, mas pretendo vê-lo. Tenho ouvido excelentes comentários a respeito deste filme.

    Beijos e um bom final de semana.

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    1. Excelente seu comentário!
      Ele (o comentário) já serve para uma ótima postagem. Já está completo.
      Eu, como você, sou cinéfila... Pelo menos, acho que você é... Estou certa?
      Um ótimo final de semana.
      Beijos.

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    2. Obrigada. Quanto a mim eu gosto de cinema sim, mas já me dediquei mais a sétima arte, hoje em dia é um filminho de vez enquando. Por falar nisto verei um filme hoje, não sei bem qual, e depois vou postar como de costume.

      Beijos e um bom findi :)

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  2. Olá Myrian!
    Te vi no blog da amiga comum Ila(Minha casa, meu castelo), e resolvi vir conhecê-la! Li seus últimos posts e já me identifiquei de cara com você!!! A reflexão sobre o filme é perfeita, nossas crianças assimilam aquilo que ouvem e carregam para o resto de suas vidas, seja para o bem ou seja para o lado ruim.
    A beleza de Nitéroi me instiga a conhecer a cidade e principalmente me encanta essa obra de Niemeyer. E por último a-do-rei conhecer a Hilda!!! Que personagem maravilhoso, feliz e sensual, indiferente à sua forma mais cheiinha! Não sei porque mas me vi como a Hilda, rsrs!!!
    Voltarei sempre aqui combinado? Ficarei feliz quando quiser aparecer lá no meu cantinho!
    Bjsss e um ótimo domingo!

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  3. Sim, um grande legado. Não vi o filme, mas concordo com as suas palavras. Beijo.

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  4. Eu li o livro em inglês e adorei!
    Obrigada pela partilha. Se sair aqui irei ver;o)

    ***
    Feliz dia****

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